A HISTÓRIA DE GABRIEL

PRÓLOGO PARTE 1/2

Ponto de vista de Gabriel: Acordei com muito calor no meio da noite… Abri os olhos e na primeira respirada já senti o cheiro da fumaça… “PUTA MERDA A CASA TÁ PEGANDO FOGO!!!” Pulei da cama e- “AQUILO PEGANDO FOGO É O MEU CACHORRO?!?” Peguei ele e coloquei embaixo do chuveiro pra tirar o fogo dos pelos dele. Peguei duas toalhas, encharquei elas na pia e coloquei uma em mim e a outra amarrei em volta do cachorro. Taquei o Rex pra fora pela janela do meu quarto (que é no primeiro andar), mas eu não pulei, eu fiquei. Tenho que ajudar minha irmã no quarto do lado, meu irmão e meus pais nos outros quartos.

Senti a adrenalina percorrer meu corpo! Eu, um menino de 12 anos, me senti na obrigação de ajudar minha família. Quando abri a porta a Ana tava chorando debaixo da coberta, devia ser algo muito assustador pra uma garotinha de 5 anos. Também coloquei ela numa toalha molhada e joguei pra fora pra ela ficar com o cachorro. Saindo do quarto eu decidi ir ver como tava meu irmão de 16 anos. A parte ruim é que eu precisava passar pela cozinha, onde o fogo tinha começado e tava mais forte, num curto-circuito atrás da geladeira. Eu tava andando devagar quando uma explosão derrubou o armário em cima de mim!

Graças a Deus eu tava com a toalha molhada em cima de mim, foi o que me salvou. Tava muito quente. Eu achei que ia morrer, quando escutei passos. Comecei a gritar por socorro e senti o peso do armário sumir. Tirei a toalha da cara e vi o meu irmão, que também tava usando uma. Eu e o João saímos correndo pra ver nossos pais, mas a porta do quarto deles tava pegando fogo! Nós pegamos umas 5 toalhas molhadas, fizemos uma bola com elas e tacamos não porta. Assim que a porta abriu, alguma coisa explodiu no quarto deles… meu pai, tentando salvar minha mãe, empurrou ela e foi esmagado pelo guarda-roupas! A cama deles tava pegando fogo entre a gente e eles, então eu não pude fazer nada, além de escutar meu pai dizer:

— EU AMO VOCÊS!!

E assistir ele agonizar até a morte. Depois de ver meu pai morrer, nada mais me abala. Minha família hoje me odeia, dizem que eu sou a vergonha da família mas eu tô pouco me fudendo. Escolhi o caminho que eu achei certo, mas que me falaram que era o errado...